MATIZES DE AGUARELAS
(Autobiografia poética)
Há aguarélicos suores, que acredito
De “pedra mole”, dentro de mim transpirando…
E ao que me agarro, tranquila ou de âmago aflito,
Para, nos muros de meu crânio, ir “afinando”…
Sem cavalete – numa mesa geralmente –
“Pinto” maravilhada e liberta de peia;
E até meu regaço me serve lindamente
Se estiver na montanha, na praia ou na aldeia.
Em pequenas “telas” os outros vou “pintando”
"Auto-retrato-me" leda ou com frustração;
Também entre as masmorras do tédio cismando,
Ou a sair de rede, mito ou rubição…
Se tenho dias, de ser dada ao saudosismo,
– Os meus tempos áureos, todos só frescura-
Aí as minhas telas, primam pelo lirismo,
Ou então saem-me sóbrias, sem terem cura…
Quando acho o meu sonho tema prioritário,
“Pintar” a imortalidade é tarefa ingrata;
Que ante a cisma ou depressão, desse imaginário,
Sempre acabo no tender à “pintura abstracta”
Outras vezes (quando minha alma dentro berra,
Perante este cosmos, em que estou inserida)…
Evidencio-me de pés firmes em terra,
Com uma “pintura" realista da vida!
Se me volto p’rós encantos da natureza,
(Dessa amiga, toda ela popularidade)
Redunda surpresa, seguida de surpresa,
Que ganho em pitoresco e versatilidade!
E (ao compasso de emoções fortes ou singelas)
Lá vou cumprindo de bom grado, um dom inato,
Dando a plástica das letras às minhas “telas”,
Sem ídolos, sem um mestre e sem mecenato!
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