FORMAS DE POESIA
Contentei-me com o pouquinho que sabia,
E com o muito que sentia, me alegrei;
Vitais razões, nessas sensações descobria,
P’ra começar tentativas de poesia,
Onde bem moça, mãos à obra então deitei!
Logo resultou, em dar comigo a sorrir,
Pois que nobre arte, acabava de descobrir!
Ganhei empenho, em novas musas e emoções,
E mal as achava, calar-me não podia;
Fazendo eclodir, veementes explosões,
De frases, no meu livro de recordações
Banhadas, com realidade ou com fantasia!
Por tal, nas asas do sonho, eu alto voava,
E sem ter medo, outras paragens arriscava!
Então, com cimento escuro, me contentei,
E com a água, sempre pronta, me achei rica;
Casei-os, co’as mãos da coragem, que ganhei,
Chamando “filhos” aos modelos que criei,
Aos frutos de meu ânimo e minha genica!
Por isso, novamente sonhava e sorria,
Pois o meu próprio artesanato descobria!
De pronto, pensei nos esmaltes piamente,
E delirei, com o petróleo das candeias;
Com o fim de os juntar, como irmãos, ternamente,
Pintando, o que modelara anteriormente,
E sentindo amor à arte nas minhas veias!
E mais uma vez, eu sorria e meditava
E novo sonho, em paralelo, edificava!
Outras tintas, igualmente humildes e airosas,
Experimentei com interesse e ternura,
E com que (ao invés de em telas dispendiosas)
Pintei entusiasmada: cravos e rosas,
E simplesmente em retalhos de lona dura!
E anelo vivo, me entrava pela alma e mente:
Fazer mais e bem melhor, daí para a frente!
Com alguma técnica e criatividade,
Também descobri, o apaixonante prazer,
De transformar, em peças úteis de verdade
Domésticas peças, já sem utilidade,
Com outro visual e nome a condizer!
Porém, a par de muito sorrir e sonhar,
Também a perfeição ansiava encontrar!
Peguei em folhas, raízes e cereais,
Em sementes, em cordas, ráfias e cortiças;
Virando depois, tais encantos naturais,
(E ante as mais diversas técnicas manuais)
Em peças versáteis e bastante castiças!
E além das críticas me fazerem sorrir,
Muito mais de mim, me fizeram exigir!....
Arranjei ossos, dentes, cascos de animais,
Conchas, pedras do monte, do rio e do mar;
E quantas vezes (sem dormir como os demais)
Para virar objectos, tais materiais,
O sono chegava e não o deixava entrar…
E olhava o que havia feito, gratificada,
Porém longe, de me sentir realizada…
E o certo é que, quando vira desabrochar,
Esse meu gosto pela arte (obduto e inato)
Nunca, mas nunca mais, eu quisera parar:
Ora fazendo meus versos ou meu prosar,
Ora elaborando meu próprio artesanato!
E que inferi, do que fazia e não fazia?:
– Todas as artes, são formas de poesia!
1989
Contentei-me com o pouquinho que sabia,
E com o muito que sentia, me alegrei;
Vitais razões, nessas sensações descobria,
P’ra começar tentativas de poesia,
Onde bem moça, mãos à obra então deitei!
Logo resultou, em dar comigo a sorrir,
Pois que nobre arte, acabava de descobrir!
Ganhei empenho, em novas musas e emoções,
E mal as achava, calar-me não podia;
Fazendo eclodir, veementes explosões,
De frases, no meu livro de recordações
Banhadas, com realidade ou com fantasia!
Por tal, nas asas do sonho, eu alto voava,
E sem ter medo, outras paragens arriscava!
Então, com cimento escuro, me contentei,
E com a água, sempre pronta, me achei rica;
Casei-os, co’as mãos da coragem, que ganhei,
Chamando “filhos” aos modelos que criei,
Aos frutos de meu ânimo e minha genica!
Por isso, novamente sonhava e sorria,
Pois o meu próprio artesanato descobria!
De pronto, pensei nos esmaltes piamente,
E delirei, com o petróleo das candeias;
Com o fim de os juntar, como irmãos, ternamente,
Pintando, o que modelara anteriormente,
E sentindo amor à arte nas minhas veias!
E mais uma vez, eu sorria e meditava
E novo sonho, em paralelo, edificava!
Outras tintas, igualmente humildes e airosas,
Experimentei com interesse e ternura,
E com que (ao invés de em telas dispendiosas)
Pintei entusiasmada: cravos e rosas,
E simplesmente em retalhos de lona dura!
E anelo vivo, me entrava pela alma e mente:
Fazer mais e bem melhor, daí para a frente!
Com alguma técnica e criatividade,
Também descobri, o apaixonante prazer,
De transformar, em peças úteis de verdade
Domésticas peças, já sem utilidade,
Com outro visual e nome a condizer!
Porém, a par de muito sorrir e sonhar,
Também a perfeição ansiava encontrar!
Peguei em folhas, raízes e cereais,
Em sementes, em cordas, ráfias e cortiças;
Virando depois, tais encantos naturais,
(E ante as mais diversas técnicas manuais)
Em peças versáteis e bastante castiças!
E além das críticas me fazerem sorrir,
Muito mais de mim, me fizeram exigir!....
Arranjei ossos, dentes, cascos de animais,
Conchas, pedras do monte, do rio e do mar;
E quantas vezes (sem dormir como os demais)
Para virar objectos, tais materiais,
O sono chegava e não o deixava entrar…
E olhava o que havia feito, gratificada,
Porém longe, de me sentir realizada…
E o certo é que, quando vira desabrochar,
Esse meu gosto pela arte (obduto e inato)
Nunca, mas nunca mais, eu quisera parar:
Ora fazendo meus versos ou meu prosar,
Ora elaborando meu próprio artesanato!
E que inferi, do que fazia e não fazia?:
– Todas as artes, são formas de poesia!
1989