FRUSTRAÇÃO
É quase como um balde de água fria,
Que recebemos sobre a alma, quente,
Se nos apercebemos, certo dia,
Que acreditado amigo, então nos mente.
E cismámos na sua hipocrisia,
Camuflada, por um “sinceramente”;
E até, quantas das vezes dir-nos-ia:
“Amem” e todavia, sem ser “crente”…
Por isso, esse por quem nós – desprendidos –
Tanto nos derretêramos, qual cera,
Melindrara demais, nossos sentidos;
Inferindo, nossa alma – bem chorosa,
O urgir do adeus, a tão gravosa fera:
Uma ovelha, com manhas de raposa!...
1989
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