segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

UMA ÁRVORE, CHAMADA POESIA - (O POEMA DA SEMANA -2011/02/07 ) Do livro: "PROPENSÕES MUSAIS"



UMA ÁRVORE CHAMADA POESIA


Aquando o despertar da reflexão
Renegar-se o plágio é bom apanágio
E coisa sem preço é a inspiração
Sempre que portentoso é seu estágio.

Como tal, “ alinhavos” num rascunho
A tentar prosa ou verso palpitante
Serão de bom ou mau nume, testemunho

Mas sempre que apatia se instalar
Convém ter positivo pensamento
E jamais do amor-próprio, se alhear,
P’ró ânimo voltar a cem por cento.

Já não somos petizes de ter colo
Por isso há que agir só por nosso arbítrio
E nunca com os pés em frouxo solo.

 Logo, com discernir bem expedito,
Há que em inúteis ramos, fazer corte
Para a árvore alívio onde era atrito;
Ganho de mais-valia – um outro importe.

Por isso de um mimar tão escorreito
(Que motivá-la-á ao crescimento)
Soprar-lhe-á musal aura, e a bom jeito.

Mutilada que fora, terá “rama”
Seguidamente “frutas benfazejas”!
- E casta assim de uma tão boa gama,
Não devem repartir-se-lhe, as “sobejas”-

Todavia um excesso de envolvência
Pode levar a um certo esgotamento
Ou à perda de alguma paciência…

Horas e horas a-fio, em árdua luta
Colhido um tal produto – e às bandejas
São nossos qu’ridos versos – mental “fruta”
Montinhos e montinhos de “cerejas”.

Uma a uma, então cada “proeminência”
De nosso próprio orgulho, é bem razão
E parte dos prazeres – excelência!

 
2008

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