MEIA HORA PERDIDA
O amor ao lar, faz a mulher sorrir,
Mas também a faz ganhar apatia
Quando sabe que terá de sair
Para fazer, suas compras, do dia.
E aflorará, seu afã trivial
É que essa roupa prática que traz
Terá de ser trocada, e por sinal
Por outra bem mais fresca – mais capaz
Porque sair com roupa de à-vontade
De modo algum, isso teria jeito
Até porque, de personalidade
A roupagem é espelho perfeito
E depois, aquando o regresso ao lar
Logo similar gesto, ela repete;
Senão esse, que a fará constatar
Que o veste e despe, é complicado “frete”
É que o instinto, põe-na sobreaviso
De não trocar de roupa, uma só vez
Porque irá ter, saídas de improviso
Mais vezes, durante o dia, talvez
E o único problema da mulher
É que ao ter de sua roupa trocar
Sabe o relógio, sempre a correr
E a clamar por si, a vida do lar.
Por vezes sai, para pouco comprar
Na loja, o supermercado ou a feira
E o pior, é a fila a respeitar
Quer a criatura queira ou não queira.
Dessa forma, esse precioso tempo
Que a fila a irá fazer esperar
Poderá tornar-se-lhe um contratempo
Fazendo-a alguns suspiros, soltar
Porque ela deixara os seus afazeres
Que noutra altura terá de acabar;
É uma vida penosa, a das mulheres
No que concerne a deveres ao lar.
A pobre criatura assim parada
Lamentará o trabalho, por fazer
E uma outra, menos preocupada
Acabará, dando-lhe seu par’cer:
- Oh mulher e para quê tanta pressa?
Esquece as canseiras, por um bocado;
Que amanhã, novo dia recomeça
E o teu serviço será acabado.
E o gosto que teria a maldisposta,
(Por não se ver depressa despachada)
Seria remeter-lhe esta resposta
Que deixaria a amiga cismada:
Enquanto como eu, mulheres se choram,
Outras porém, levam risonha vida,
E são estas segundas, as que ignoram
O dano de meia hora perdida.
1970
O amor ao lar, faz a mulher sorrir,
Mas também a faz ganhar apatia
Quando sabe que terá de sair
Para fazer, suas compras, do dia.
E aflorará, seu afã trivial
É que essa roupa prática que traz
Terá de ser trocada, e por sinal
Por outra bem mais fresca – mais capaz
Porque sair com roupa de à-vontade
De modo algum, isso teria jeito
Até porque, de personalidade
A roupagem é espelho perfeito
E depois, aquando o regresso ao lar
Logo similar gesto, ela repete;
Senão esse, que a fará constatar
Que o veste e despe, é complicado “frete”
É que o instinto, põe-na sobreaviso
De não trocar de roupa, uma só vez
Porque irá ter, saídas de improviso
Mais vezes, durante o dia, talvez
E o único problema da mulher
É que ao ter de sua roupa trocar
Sabe o relógio, sempre a correr
E a clamar por si, a vida do lar.
Por vezes sai, para pouco comprar
Na loja, o supermercado ou a feira
E o pior, é a fila a respeitar
Quer a criatura queira ou não queira.
Dessa forma, esse precioso tempo
Que a fila a irá fazer esperar
Poderá tornar-se-lhe um contratempo
Fazendo-a alguns suspiros, soltar
Porque ela deixara os seus afazeres
Que noutra altura terá de acabar;
É uma vida penosa, a das mulheres
No que concerne a deveres ao lar.
A pobre criatura assim parada
Lamentará o trabalho, por fazer
E uma outra, menos preocupada
Acabará, dando-lhe seu par’cer:
- Oh mulher e para quê tanta pressa?
Esquece as canseiras, por um bocado;
Que amanhã, novo dia recomeça
E o teu serviço será acabado.
E o gosto que teria a maldisposta,
(Por não se ver depressa despachada)
Seria remeter-lhe esta resposta
Que deixaria a amiga cismada:
Enquanto como eu, mulheres se choram,
Outras porém, levam risonha vida,
E são estas segundas, as que ignoram
O dano de meia hora perdida.
1970
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