quinta-feira, 24 de março de 2011

ÀS SILVESTRES FLORES - ( ENTRE QUINTA E SEXTA - 2011/03/23) Do livro: "DA RÚSTICA MUSA, QUE PASSA"


ÀS SILVESTRES FLORES


Vós oh sóbrias e místicas silvestres flores,
E que tanta gentinha, porém nada liga…
Fazeis que esta curiosa e viva rapariga,
Por vós se reconheça inebriada de amores!

Porque o meu quintal tem, como que por vizinho,
Um espaço térreo, então abandonado;
E que vós, no Verão, honrais por todo o lado,
Com vossa cor lilás, do meu real carinho!

E grandes borboletas, chamais e alegrais,
Extasiando-me as graças – belamente estranhas –
De suas asas: brancas, fulvas e castanhas,
E quer com pintas, quer com riscas verticais!

Para essas criaturas, vós sois  sumidade,
A mais cabal das formas, p’ra medrarem bem;
Jus ao precioso néctar que de vós advém,
Como amas prestativas, de boa vontade!


1965

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