ÀS SILVESTRES FLORES
Vós oh sóbrias e místicas silvestres flores,
E que tanta gentinha, porém nada liga…
Fazeis que esta curiosa e viva rapariga,
Por vós se reconheça inebriada de amores!
Porque o meu quintal tem, como que por vizinho,
Um espaço térreo, então abandonado;
E que vós, no Verão, honrais por todo o lado,
Com vossa cor lilás, do meu real carinho!
E grandes borboletas, chamais e alegrais,
Extasiando-me as graças – belamente estranhas –
De suas asas: brancas, fulvas e castanhas,
E quer com pintas, quer com riscas verticais!
Para essas criaturas, vós sois sumidade,
A mais cabal das formas, p’ra medrarem bem;
Jus ao precioso néctar que de vós advém,
Como amas prestativas, de boa vontade!
1965
Sem comentários:
Enviar um comentário