PRAZERES DE CARACÓIS
Eu presenciei deliciada, um dia,
Um espectáculo bem especial:
Eram caracóis, fazendo romaria,
Com seu vagar, num muro do meu quintal.
Tinham prescindido de seus afazeres,
P’ra despreocupados e prazenteiros,
Ante as benesses do rei dos prazeres,
Serem uns babosos caracóis romeiros.
É que esse rei generoso, que é o sol,
Dá regalo a todo e qualquer caracol,
Mesmo até do nosso próprio cabelo;
Se na nuca às vezes, os meus junto em puxo,
Bater-lhes o rei, é tal divícia e luxo,
Que ganham centelhas, do cobre mais belo!
1965
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