Basta maduro estar, o coração;
Apto a sentimental, ativação
Da sua interior polivalência.
Basta nele existir, lúbrica essência
E de sublimes asas, possessão;
De conter são lirismo, e ilusão,
P’ra dar e receber, ter apetência.
Tudo isso o faz pulsar, bem alterado
Ensimesmar-se, quando se deprima
Ou galvanizar-se, ao sentir-se amado;
E se a dita o anima ou desanima
Fá-lo chorar demais, seu próprio fado
E ao próprio saudosismo, adensar clima.
2009
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