quarta-feira, 20 de abril de 2011

VICISSITUDE - Do livro: "ENTRE O ANTO E O ACANTO"

VICISSITUDE

 
Por bem, sempre por bem, vezes amiúde
Tenho ganas de sã vicissitude:
Do cheiro a terra seca e maresia,
De ter livre pensar para a poesia.

Feliz por sorte assim e que não mude
Que é de meu amor-próprio a garantia
E de meu conhecer a amplitude.

Que saiam versos plenos de substância
De crucial e lógica importância
Frutos duma esmerada propensão
Num prazer, misturado de aflição.

O que de melhor tem minha inconstância!
A minha meruginha de Verão!
Gostosa e salutar extravagância!

2008

* Chuva miudinha

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