AS MENINAS, DOS MEUS OLHOS
Essas minhas, eternas crianças, traquinas,
(E com a mesma idade, que tenho, porém)
Denunciarão, elas, assim pequeninas,
Essas minhas adoradas gémeas meninas,
A tamanha experiência, que ambas já têm’
É que a outras meninas, sem conta, sorriram
A outras também, muito estimaram e amaram;
No pretérito, muitas outras iludiram,
A outras, (sem dó) traquinamente mentiram
E de algumas, (porventura) se desviaram…
São e sempre foram, bastante vigorosas,
Nunca lhes chegara, qualquer doença ou mal;
Só que “ontem “, eram terrivelmente teimosas,
Eram umas meninas, por demais chorosas,
Que, tantas vezes, me deixavam ficar mal…
Sem regra, se banhavam em água salgada,
E p’ra isso, dois lagos faziam encher;
Quantas das vezes, eu era contrariada,
E ficando impotente, ante essa criançada,
Porque aí, já nada poderia fazer!?...
Por isso, mesmo, as disciplinei a contento,
(Mas sem as deixar, insensíveis ao pesar,
À extremosa alegria ou grande sofrimento)
E em boa verdade, elas, a qualquer momento
Choram sim, mas tão-somente, se eu as deixar…
De modo, que de vez em quando, (sem contarem)
Que é, quando sinto “invernias” de saturar,
Deixo então, meus dois lagos secos inundarem,
Para assim, minhas meninas, se compensarem,
Das muitas vezes, que eu as não deixo chorar!...
Porque deixá-las fazerem-no como outrora,
A cada pequena emoção ou dor sentida?
Isso é que já não lhes permitirei agora;
Acontece sim, e até mesmo, sem ter hora,
Chorar eu, como Madalena arrependida!...
E as lágrimas, são os meus adorados versos,
Que vou derramando, neste livro, só meu;
Que dele tenho, por lenços brancos, dispersos,
Para meus momentos de emoção ou adversos,
As suas folhas, e onde à vontade, choro eu!...
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