UMA ALIANÇA DE FAIANÇA
O poeta fez aliança de faiança, com a musa
Sempre pronta a pôr-lhe à prova a sensibilidade
Lançando-lhe refinada seta embebida em inspiração
E acertando-lhe no cérebro, (começo da veia poética)
Que assim dilatada com a tão ditosa carga inspiradora,
Expande-se por toda a restante componente física e psíquica,
Levando-o a aperceber-se dessa musal e maravilhosa benesse,
E dando voltas e reviravoltas, com sentido de responsabilidade
É que ele vê na poesia um acto do mais sublime respeito;
Repensa-a com toda a ternura e passa noites em claro
Abdica de muita coisa que carece, para se lhe dedicar;
A musa se contente mete-lhe o braço com concomitância,
E sendo de noite com intenso luar, acabarão por dançar.
Mas se por qualquer razão o nume do poeta fraqueja
Ela ordena e grita-lhe, como tendo-o por débil criança
E até mesmo por vezes, dá-lhe um impulsionador abanão
Que o animará a cumprir tudo o que ela lhe exige ou deseja
O sorriso da musa é um importante voto de confiança.
E por isso, ele tem -lhe tanta admiração, quanto apreço;
Mas ela só não quer que ele deixe a poesia no peito hermética
Tenha muito de verdade ou meramente mito ou magia
E seja clássica, moderna, exótica rebelde ou eclética;
Há que ele extravasá-la, deixando-a em papel impresso
Essas linhas porque é composta e posta nesse papel
(Sobre uma mesa, um colchão, no fundo dum cadeirão
Ou colando o papel ao vidro duma varanda, ou janela)
É o fruto do acto inspirador, que implica um vero dedicar
E se tantas vezes com os pés assentes em robusto soalho
Outras tantas no asfalto enregelado ou demais adustente
Ou com eles, sob um silvado, um lamaçal ou bloco de gelo.
É a isso quiçá, que o poeta deve maior portento num verso;
Que no tempo gasto em busca dum melhor conforto pessoal
A musa poderá “partir”, para cumprir outra inspiradora valia,
E na volta ele, dela colher uma aura musal, menos profunda.
2008
Sempre pronta a pôr-lhe à prova a sensibilidade
Lançando-lhe refinada seta embebida em inspiração
E acertando-lhe no cérebro, (começo da veia poética)
Que assim dilatada com a tão ditosa carga inspiradora,
Expande-se por toda a restante componente física e psíquica,
Levando-o a aperceber-se dessa musal e maravilhosa benesse,
E dando voltas e reviravoltas, com sentido de responsabilidade
É que ele vê na poesia um acto do mais sublime respeito;
Repensa-a com toda a ternura e passa noites em claro
Abdica de muita coisa que carece, para se lhe dedicar;
A musa se contente mete-lhe o braço com concomitância,
E sendo de noite com intenso luar, acabarão por dançar.
Mas se por qualquer razão o nume do poeta fraqueja
Ela ordena e grita-lhe, como tendo-o por débil criança
E até mesmo por vezes, dá-lhe um impulsionador abanão
Que o animará a cumprir tudo o que ela lhe exige ou deseja
O sorriso da musa é um importante voto de confiança.
E por isso, ele tem -lhe tanta admiração, quanto apreço;
Mas ela só não quer que ele deixe a poesia no peito hermética
Tenha muito de verdade ou meramente mito ou magia
E seja clássica, moderna, exótica rebelde ou eclética;
Há que ele extravasá-la, deixando-a em papel impresso
Essas linhas porque é composta e posta nesse papel
(Sobre uma mesa, um colchão, no fundo dum cadeirão
Ou colando o papel ao vidro duma varanda, ou janela)
É o fruto do acto inspirador, que implica um vero dedicar
E se tantas vezes com os pés assentes em robusto soalho
Outras tantas no asfalto enregelado ou demais adustente
Ou com eles, sob um silvado, um lamaçal ou bloco de gelo.
É a isso quiçá, que o poeta deve maior portento num verso;
Que no tempo gasto em busca dum melhor conforto pessoal
A musa poderá “partir”, para cumprir outra inspiradora valia,
E na volta ele, dela colher uma aura musal, menos profunda.
2008
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