QUANDO A SAUDADE BATE
Por amar-te demais, cai-me o castigo
Da saudade de ti, ser dor em mim
E que por me bater tão forte assim
Até falar só, crendo-me contigo
Oh meu amor, que no teu ombro amigo,
Mitigo as minhas raivas em motim
Meus sentimentos armam um festim
E minha alma feliz, abre o postigo.
Mas gostarás p’ra sempre dos meus traços?
Não mais te cansarás dos meus abraços?
Não crerás que eu te torne algo tristonho?
Pensarás no amanhã, tal como eu penso?
Prevês um esfriar, do fogo intenso,
Ou é o teu, do meu, um gémeo sonho?