(Ao dobrar da esquina)
O ALENTEJANO
Pernas ulceradas e botas sem atilho,
Alto, já senil e de andar cambaleante;
À cata do sol bondoso e cicatrizante,
O que vemos nós!?, é o bizarro lazarilho…
E se sentado em regalão, o maltrapilho,
Ri, canta e com seus botões fala, cada instante;
Não parece achar sua vida cruciante,
Sem um amigo sequer, mulher ou um filho…
Nada vê, porque o sol põe-lhe os olhos mortiços,
Braço estendido, com o prato do esmolar,
Discreto pedinte, sem rogos nem postiços…
Suas calças (arregaçadas sem “frescuras”
São para o sol, fechar as chagas e corar,
As tão húmidas e encardidas ligaduras!...
O ALENTEJANO
Pernas ulceradas e botas sem atilho,
Alto, já senil e de andar cambaleante;
À cata do sol bondoso e cicatrizante,
O que vemos nós!?, é o bizarro lazarilho…
E se sentado em regalão, o maltrapilho,
Ri, canta e com seus botões fala, cada instante;
Não parece achar sua vida cruciante,
Sem um amigo sequer, mulher ou um filho…
Nada vê, porque o sol põe-lhe os olhos mortiços,
Braço estendido, com o prato do esmolar,
Discreto pedinte, sem rogos nem postiços…
Suas calças (arregaçadas sem “frescuras”
São para o sol, fechar as chagas e corar,
As tão húmidas e encardidas ligaduras!...
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