HOMEM-ESTÁTUA, DE NEVE
Uma estátua parece e feita em neve,
Por “apagar”, muito humano calor;
Considera-se um grande vencedor,
Mas é sempre só que ergue a taça e bebe
Recebe com desdém, protesto ou grave
E com indiferença um ganhador;
De elogios não é um tecedor
E a ninguém telefona nem escreve.
Como tal, não há mesmo quem enfrente
Criatura humana, assim demais algente
Que às vezes, mais que neve é um nevão;
E sem inspirar medo nem respeito,
Nem a uma amizade, ter direio,
Lá vai sobrevivendo à solidão.
2008
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