AO CHEGAR DE MAIO
Moderado e tão belo; eis o mês Maio,
Que me incentiva à plena pertinácia,
De ouvir um pintassilgo, melro ou gaio,
Estirada na sombra de uma acácia.
Na manta, entre outras coisas, um balaio
Com uns certos agrados de eficácia:
Pão, marmelada, queijo, vinho e paio,
– Melhor nisso gastar, que na farmácia –
E atentar ao sussurro de um riacho,
Ver Zéfiro fazer dançar centeio
E nardo de jasmim me surpreender;
Porém, até mais que isso usufruísse – acho
Não deixará de ser-me um remedeio,
Não jubilado a-dois – poderão crer!
2009
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