SEDE DE INSPIRAÇÃO
Não vejo essa fonte e estou sede a padecer,
E não é do tempo, que calor, nem sinais;
Essa fonte que poder-me-á satisfazer,
É a da inspiração – a de meus mudos ais…
Às vezes é-me fácil achá-la e beber,
Outras, (p’ra isso), sofro espinhosos rosais;
Mas saciar essa sede, dá-me um tal prazer,
Que, por muito que beba, nunca acho demais.
Pégaso, deixa-me no teu dorso montar,
E leva-me em tuas asas, a essa fonte,
A fonte de que estou carente: a genial!
E após a sua portentosa água tragar,
Quiçá, depois dessa fonte, um pouco te conte,
E do muito que ela oferece, em manancial!
1990
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