ANTE UMA FOLHA DE OUTONO
Na verdade, o bem, nem sempre nos dura,
E muitas vezes, é por demais, breve;
Chega até nós e como folha leve,
Voará, dando lugar à amargura…
Ai que saudades da minha frescura,
Ver no meu espelho, esses encantos de Hebe,*
Mais do que ontem. Hoje minh’alma percebe,
Que remar, contra a maré, é loucura…
Será que, tal como eu, tu folhinha,
Também já lidaste com a quimera,
Pensando que teu Outono, não vinha?
Calendário das vida, quem me dera,
Que isto, fosse do sonho partidinha,
E acordasse, na minha Primavera!
1991
* Deusa da mocidade
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