ENSAIO DE AUTORI
Todo aquele abnegado autor, que ensaia
Num inferno ou num Céu, decerto que age
Como onda decidida, que se espraia.
Levando-o a crer, que inflige ultraje,
Ao próprio pundonor - correndo em “calha”
Se à musa, que encoraje, não reaje.
II
E se é que anda, no fio da navalha
Toda a sua acalmia, é aparente;
Chegando a travar mesmo, auto- batalha.
E gravosa se houver perda iminente,
Podendo mesmo o autor, considerar-se
Como que sendo só, dez reis de gente…
Se terá que assumir-se e não negar-se
Sua auto-raiva pode não ser vista;
E se o ar natural será disfarce
Também incentivo é, a que persista!
2008
Todo aquele abnegado autor, que ensaia
Num inferno ou num Céu, decerto que age
Como onda decidida, que se espraia.
Levando-o a crer, que inflige ultraje,
Ao próprio pundonor - correndo em “calha”
Se à musa, que encoraje, não reaje.
II
E se é que anda, no fio da navalha
Toda a sua acalmia, é aparente;
Chegando a travar mesmo, auto- batalha.
E gravosa se houver perda iminente,
Podendo mesmo o autor, considerar-se
Como que sendo só, dez reis de gente…
Se terá que assumir-se e não negar-se
Sua auto-raiva pode não ser vista;
E se o ar natural será disfarce
Também incentivo é, a que persista!
2008
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