quarta-feira, 15 de junho de 2011

AO CANTO DUM ROUXINOL - Do livro: "ESTRO DE MULHER"


AO CANTO DUM ROUXINOL


Quando a tormenta, minha noite embaça,
Por vezes me chega, um terno farol;
Mais um soneto escrevo, (aumento o rol)
Ou mesmo umas quadras e a noite passa.

Mas um subtil nume, minha alma enlaça,
Se a garganta, dum bravo rouxinol,
Na silac,* ecoar seu trino escol,
Num hino, à liberdade, todo raça!

Ah paladino, que alma exangue elevas!
Tu és sorriso e luz de minhas trevas,
Mas invejo as tuas asas, amigo;

Minha vida, entre dilemas, navega…
Vem ver, como meu estro, em dor, fumega…
Voa um pouco, até mim, chora comigo!...


*Arvoredo em frente à minha casa


1997


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