POR-DO-SOL, NO MAR
Mais uma vez, muito o sol e a terra irão vibrar,
Porque (bastante cansado e tombando sobranceiro)
O sol, evidenciará seu pundonor, aureolando o mar,
E estender-lhe -á seus raios, em forma de ribeiro!
Estreito e lucescente ribeiro, na vertical do mar!
Eucromático ouro, sobre, então, cerúlea, cor divina!
Será pintor algum, capaz de mais belo azul afinar?
Encontrará no mercado, mais perfeita purpurina?
E quando o mar (arrebatado de contentamento)
Com ondinhas, acaba por o dourado ribeiro beijar,
Céu e terra, testemunham um maior deslumbramento,
Que do ribeiro saem faíscas de ouro, a cintilar!
Até que chega zéfiro ou neblina com sua doutrina,
Mostrando que a noite, está impaciente, por entrar;
E a auréola, tornar-se-á cada vez mais pequenina,
Fazendo o ribeiro conhecer, progressivo estreitar….
Por fim, réstia de auréola atrai réstia de ribeiro,
E lá vão os dois, para a alma de Neptuno pernoitar;
Fôra um espectáculo nobre, belo e mui verdadeiro,
Fôra o reiterado e apoteótico pôr-do-sol, no mar!
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