terça-feira, 7 de junho de 2011

SEM TI, NOITE - Do livro: (a editar)"PROPENSÕES MUSAIS"

SEM TI, NOITE


Ver-se-ia a refulgência das estrelas?
Seus divinais dourados e formas belas
Irradiaria no lago, ribeiro rio ou mar
A lua, com sua prateada auréola de luar?
Luziriam esplendorosos e ternos pirilampos
Nos jardins, nos quintais ou nos campos?
Os olhos de alguns animais, teriam patentes
As centelhas duns faroisinhos candentes?

Ouvir-se-ia a rã, com um coaxar mais intenso?
Seria o morcego a procurar os círios, propenso?
Recolheriam do pagode as aves aos capoeiros
Deixariam pastos, bois ovelhas e carneiros?
Ouvir-se-ia do gato, tantas vezes o seu miar?
As cativas rolas, intensificariam o arrolar?
E o sonho, será que tantas vezes existiria?
Morreria o dia e o orto de outro surgiria?

Sem ti noite, sem o negro pano de fundo que és
Essas coroas nos telhados, chamadas chaminés
(Umas menos, outras porém mais altaneiras)
Deixando sair dos fogões e das lareiras
Quer fumos brancos ou cinzentos, tanto faz
Pareceriam tanto, ternos cachimbos da paz?
Que seria oh noite de tanto encanto do Verão
Que seria, se teu frescor, não lhe desse a mão?




1990




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