A NARCISO
Mira-te Narciso em águas da nascente
Baboseia-te, ante o encanto que Deus te deu;
Ter vaidade, é bem menos fútil, certamente,
Que pôr um “postiço”, feito modéstia, ao léu…
Isso Narciso, ergue a nuca orgulhosamente!,
Porque a vaidade, não é fruto de Asmodeu;
E a “carapaça” da modéstia, nos desmente,
Usá-la é enganoso, isso é que brada ao Céu!...
Com seu “peso”, iremos mais devagar em frente
Mas perfumados, duma salutar vaidade,
Que peso em cima de nós, é que a gente sente?....
Vaidade, poderá ser modéstia em verdade,
E a “carapaça” da modéstia, é repelente…
É a mais fútil vaidade da humanidade!...
1990
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